Thursday, April 17, 2014

Brazil in struggle

S: Trabalhadores da Coca-Cola atropelam pelegos e deflagram greve

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Fonte: Página da Liga Operária
Linhares – Espírito Santo – Seguindo onda das revoltas que tomam o Brasil desde as jornadas de junho passado, os trabalhadores da Fábrica de sucos Leão Alimentos e Bebidas (propriedade da transnacional Coca-Cola) atropelaram a direção pelega do sindicato e deflagraram greve exigindo o mesmo reajuste conquistado pelos garis do Rio de Janeiro, 37%, além de vários outros benefícios, e foram à greve, à luta classista.
Os mais de mil operários da empresa, cansados do oportunismo da diretoria do sindicato da categoria (Sindialimentação, filiado à megapelega CUT), que não move uma palha para defender os trabalhadores, fazendo acordos de gabinete com a empresa, resolveram tomar pelas próprias mãos os seus direitos.
Na data-base da categoria, outubro de 2013, o sindicato pleiteou apenas 8% de aumento, a empresa ofereceu 7,5%, com a retirada de vários direitos (ex: quem faltar um dia, até para ir ao médico, perde o “aumento” do tíquete, de 180 para míseros R$210,00), e até o momento não foi realizada nenhuma assembleia, num jogo em que os pelegos e a empresa pretendiam vencer os trabalhadores pelo cansaço.
Vale lembrar que apesar de patrocinador com 11 bilhões de dólares a Copa da Fifa (que retira recursos da saúde e educação para engordar os caixas das construtoras financiadoras do PT e Cia.), a Coca-Cola paga o miserável salário de R$730,00 aos empregados, para um trabalho fatigante e extremamente perigoso (em um acidente recente um trabalhador foi atingido por água quente que vazou da caldeira, recebendo queimaduras de terceiro grau da cabeça aos pés.
No primeiro piquete, realizado no dia 7 de abril, na entrada do turno noturno, a empresa tratou os trabalhadores como escravos, como presidiários: ao invés de parar os ônibus na portaria, como de costume, resolveu colocá-los para dentro, sem dar a oportunidade aos trabalhadores de aderirem ao movimento, do qual já estavam informados pelas redes sociais. A truculência da empresa, que usa a segurança da Visel (também contratada pela Fibria para reprimir grevistas e indígenas), não impediu que o piquete tivesse contato com os trabalhadores, cuja metade aderiu ao movimento, enquanto eram filmados pelas gerências da Coca-Cola, com ameaças de demissão. Mesmo assim, como foi reduzido ao mínimo o quadro de funcionários (uma forma que as empresas em geral vêm usando para aumentar a mais valia e manter a taxa de lucro), naquela noite não se produziu um litro de suco sequer.
A truculência da empresa voltou-se contra ela própria, porque na troca de turno, pela manhã a grande maioria dos trabalhadores aderiu ao movimento, paralisando a “todo-poderosa” Coca-Cola, numa demonstração de que esse “Tigre é de papel”, faz barulho quando cai no copo, mas depois fica doce como melado. Enquanto os trabalhadores se lançaram a luta, um pelego fura-greve, diretor do sindicato, foi trabalhar, ou melhor, prestar contas à chefia.
Mas ainda, a ousadia dos trabalhadores mostrou que o movimento operário, independente, classista, combativo, se levanta em todo o mundo, como fizeram os garis do Rio de Janeiro, e agora fazem os operários explorados da Coca-Cola.
Os trabalhadores da Coca-Cola, que enfrentam os patrões, seu aparato de segurança e os pelegos, clamam pelo apoio dos sindicatos sérios, dos estudantes e de todos aqueles que possam ajudar nessa luta, que não é apenas deles, mas de todos que estão lutando contra essa ditadura disfarçada que trata o povo com pão e circo e cassetetes.
 Não vai ter Copa!
Não vai ter Eleição!
A Coca-Cola já parou e a greve continua!

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