Sunday, January 18, 2015

Charlie Hebdo' - Brasil _ A nova democracia - Editorial: Imperialismo = terrorismo



Novamente o imperialismo se vê diante de uma situação ideal para ampliar a sua ofensiva de morte e destruição contra as semicolônias, principalmente as nações cuja maioria das populações expressa a fé islâmica.

A chacina dos jornalistas do semanário Charlie Hebdo é, a exemplo da implosão das torres gêmeas e do Pentágono, no USA, em 11 de setembro de 2001, um grande engendro para que as máquinas de guerra das principais potências imperialistas incrementem as agressões, invasões e ocupações de outros países como parte da grande corrida pela repartilha do mundo e tentativa de conjurar o agravamento da aguda crise em que a economia capitalista mundial se vê atolada. Não se pode compreender a situação sem considerar tal crise.

O cerco a um muçulmano em um mercado kosher, no qual morreram 4 judeus e o “sequestrador” (não se sabe quem matou os reféns), também acrescentou o ingrediente “antissemita” ao caldo de cultura da escalada fascista na Europa.

Independente de quem possa ter cometido a matança (os “suspeitos” mortos já não podem falar), novamente já se produziu o clima de terror pretendido contra os muçulmanos, voltando parte da opinião pública a apoiar, além das agressões a outras nações, políticas fascistas contra seus próprios cidadãos com a ampliação do Estado policial.

A extrema-direita francesa e europeia viu nisso um grande palanque para ampliar o discurso de ódio xenofóbico contra os trabalhadores e os imigrantes em geral, em especial os muçulmanos. Ataques contra mesquitas já ocorreram e os bairros proletários, cheios de imigrantes muçulmanos das ex-colônias francesas na África, já tradicionalmente acuados pela repressão, transformam-se cada vez mais em guetos.

Nos dias seguintes , nos quais só se falava dos atentados, se preparou uma grande manifestação em Paris onde se reuniram, no dia 11 de janeiro, cerca de setenta chefes de Estado ou outros dignitários de países do mundo todo, além de mais de um milhão de pessoas que marcharam em defesa da “liberdade” e “contra o terrorismo”.

O monopólio dos meios de comunicação ensalsou a demonstração, sempre destacando o fato de estarem juntos na linha de frente da manifestação o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o chefe da Autoridade Palestina (sem autoridade), Mahmud Abbas. Ainda figuravam entre eles o presidente “socialista” francês, que invadiu o Mali, o próprio presidente títere do Mali, além de outros tantos criminosos.

Os maiores terroristas vivos do mundo se irmanaram para protestar pela “liberdade” e “contra o terrorismo”. A coisa foi tão importante para os imperialistas que o USA lamentou não ter enviado alguém mais importante ao ato.


O fato é que o mundo mergulhará ainda mais na “guerra ao terror”. Essa é a única maneira que o imperialismo conhece de empurrar o desfecho da crise, seu próprio fim, para mais adiante.

Os imperialistas cometem os mais bestiais crimes contra a Humanidade, torturam presos políticos nas masmorras do Iraque, Afeganistão e em Guantánamo. Bombardeiam a Líbia, Síria, Ucrânia, Curdistão, Mali, etc.. Mantém milhares de bases militares em todo o mundo, financiam e paramentam suas pontas de lança contra os povos, como é o caso o Estado sionista-fascista de Israel, para promover massacres na vã tentativa de afogar em sangue a heroica Resistência Palestina.

Bandos armados e paramilitares criados e treinados pela CIA e outras agências imperialistas, hoje pintados como “terroristas” pelo próprio imperialismo, como é o caso atual do chamado Estado Islâmico, assassinam e oprimem os povos no Oriente Médio utilizando armas produzidas e fornecidas pelas potências imperialistas.

Há séculos, os imperialistas invadem e pilham os povos e nações árabes, saqueiam suas riquezas naturais, principalmente o petróleo, e, com discursos de “democracia”, cometem crimes hediondos de guerra para manterem seu controle nesses países.

É baseado nessa compreensão que nós, da redação do AND, em concordância com algumas organizações populares, democráticas e revolucionárias de outros países que já emitiram suas opiniões, atribuímos a responsabilidade pelo ataque à redação da Charlie Hebdo ao imperialismo francês e ao imperialismo de um modo geral, que oprime e explora povos e nações árabes e no mundo inteiro, fomentando guerras, agredindo e invadindo países, perpetrando massacres de homens, mulheres, idosos e crianças em todo o mundo, promovendo cruzadas de ódio contra as massas populares.

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